O plexo braquial é formado por um conjunto de nervos originados na coluna cervical e que se dirigem ao membro superior. Ele pode ser lesado por acidentes de moto, carro, bicicleta ou quedas. A lesão nervosa causa graus variados de paralisia no membro superior a depender da intensidade do traumatismo. Pode haver ainda fraturas associadas na clavícula e escapula e em casos muito graves pode estar associado a lesões vasculares.
As lesões podem ser altas quando afetam as duas ou 3 primeiras raízes do plexo braquial (C5-C6 ou C5-C6-C7). Nesses casos há paralisia ao nível do ombro e cotovelo com preservação dos movimentos do punho e dedos. São chamadas também de lesões parciais.
As lesões totais ocorrem quando todas as 5 raizes estão acometidas. Nesses casos temos uma paralisia total da extremidade.
As lesões parciais possuem um prognóstico melhor já que há nervos suficientes para recuperar a maior parte das funções do membro. Nesses casos usamos uma combinação de procedimentos de reparação das raizes com enxertos e transferências nervosas.
Quando avaliamos um paciente com lesão parcial, solicitamos exames como neuro-ressonância e/ou TC mielografia para visualizarmos se as raizes nervosas estão avulsionadas da medula, seccionadas ou intactas. Também solicitamos exame de eletroneuromiografia e estudos da condução nervosa um mês após a lesão.
Tratamento
Caso os exames demonstrem que as raizes estão cortadas ou avulsionadas, recomendamos a exploração e reconstrução dos nervos nos primeiros 3 meses da lesão. Caso os exames sejam inconclusivos ou demonstrem integridade das raízes nervosas, observamos o paciente por 3 meses para algum sinal de recuperação. Caso não haja melhora do quadro neurológico, recomendamos a cirurgia entre 3 e 6 meses. Esse é o período em que o resultado da cirurgia é melhor.
Nos pacientes que sofreram lesão parcial, nosso protocolo é realizar a exploração dos nervos ao nível do pescoço e reconstruir as raízes com enxerto de nervos tirado da perna. A depender da extensão da lesão nervosa, procedemos também a cirurgia de transferências nervosas.
O tratamento das lesões parciais resulta em uma grande melhora da função, sendo que muitas vezes resultam em um membro próximo ao normal.
Nas lesões totais, o prognóstico é pior. Nesses casos fazemos uma combinação de reconstrução nervosa com enxertos (quando possível), músculos funcionais livres e artrodese do ombro e punho. Nesses casos somente é possível a obtenção de uma função rudimentar no membro afetado. Há uma boa chance de recuperação da movimentação do cotovelo e ombro, porém a movimentação da mão é difícil de ser conseguida.